Na política exige-se clareza nas propostas. Desconfie de quem vem com rodriguinhos para agradar a gregos e troianos. Todos os partidos dizem querer mais e melhor para o futuro, exija que lhe expliquem como!
O inimigo externo é o truque do PSD para desviar atenções das suas más escolhas e do favorecimento escandaloso aos grandes empresários. Outra fantasia é afirmar que não há inimigos externos nem internos, que o futuro será cor-de-rosa, outro truque para esconder a falta de vontade em enfrentar os interesses instalados.
A política é fazer escolhas e cada opção beneficia uns e prejudica outros, é inevitável. Se queremos maior Justiça Social, maior igualdade na distribuição da riqueza e melhor Democracia, então há que enfrentar os interesses instalados e atacar os privilégios que os alimentam.
O aumento dos salários desagrada aos patrões, sobra-lhes menos lucro, é impossível agradar a ambos os lados, há que tomar partido.
A liberalização das ligações aéreas, a privatização da TAP, o subsidio de mobilidade em vigor foram pensados para dar lucro aos novos donos privados da TAP. Os preços são escandalosos, o Estado gasta cada vez mais. Para corrigir o problema há que atacar as expetativas de lucro dos privados.
Os negócios privados na saúde só existem porque o Governo descuidou de propósito os hospitais públicos. Ou garantimos cuidados de saúde a todos, mesmo a quem não pode pagar, ou continuamos a alimentar lucros perversos.
Os apetites imobiliários são insaciáveis, na ganância do lucro rápido vão preencher de betão todo o espaço disponível, sem respeitar leitos de cheias, orla costeira, ou escarpas perigosas. Há que lhes por travão e defender o interesse público.
Não basta mudar os governantes para defender o bem comum é preciso também mudar as regras que permitem os vícios. Maior transparência para prevenir a corrupção, mais participação dos cidadãos nas decisões que lhes dizem diretamente respeito, distribuição do poder decisório, com preferência por processos de decisão coletivos de modo a dificultar o compadrio e a prepotência. Duas cabeças pensam melhor que uma, as decisões coletivas são mais justas e equilibradas.
No Bloco de Esquerda somos claros.
(publicado em dnoticias.pt em 9/03/2019)
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