2018-02-15

As sondagens e o BE-Madeira

A evolução das indicações de voto conforme as sondagens publicadas na Madeira, confirmam a leitura desta candidatura, de que o Bloco de Esquerda entrou numa espécie de estado dormente desde 2015. As declarações de satisfação pelos resultados da última sondagem (4,9%), revelam um auto comprazimento por o partido ter regressado à sua zona de conforto, depois de um resultado que não era esperado (nem desejado, porventura) e para o qual a direção política não estava preparada.

Desde as eleições de 2015 foram publicadas quatro sondagens pelo DN-Madeira, ilustradas no gráfico seguinte. A evolução é descendente, ao longo de 2017 desceu de 6,9 para 4,1 e a ultima mostra a tímida recuperação, que cabe dentro da margem de erro.



Perante uma projeção que aponta para a manutenção de dois deputados, considerar que o BE será imprescindível para uma nova maioria, é excessivo.
Ficar contente com 4,9% nas sondagens quando o Bloco chegou perto dos 11% é falta de ambição.
Ou será que é este o objetivo do atual coordenador, manter o partido num patamar à volta dos 4%, com um ou dois deputados? Eternizar-se à frente dum BE/M pequeno e fechado, com poucos militantes e sem quadros qualificados, um partido de protesto, com atividade política em regime de serviços mínimos e sem grande consistência?

Se não é esse o objetivo, não faz sentido a satisfação com a evolução negativa que as sondagens mostram. Na noite eleitoral das legislativas, entre a alegria e a surpresa pela eleição de um deputado à Assembleia da República, uma exclamação ficou-me na memória "não vamos pensar que isto agora vai ser sempre assim". Manifestação de prudência ou expressão de um desejo?

O Bloco de Esquerda pode fazer muito mais na Madeira, mas tem de organizar-se melhor, planear o trabalho definir prioridades e objetivos a atingir. Deve abrir-se a novos militantes, mas sem desconsiderar os mais antigos, cativar quadros qualificados.

Os madeirenses votam no BE em eleições de âmbito nacional, em maior número que em eleições de âmbito regional. Em 2015 o resultado no círculo da Madeira foi até superior ao resultado nacional.
Não há um problema dos madeirenses com o Bloco de Esquerda, há um problema com a sua organização regional, com os seus protagonistas e com o seu discurso. Há que mudar isso!

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