É preciso ter noção que só estamos a confrontar-nos com a eventualidade do fecho desta estação de correios porque o anterior governo do PSD privatizou os CTT e não salvaguardou o interesse público, nomeadamente a obrigação de o fecho de balcões carecer de autorização do Estado.
A primeira coisa que devem fazer os deputados do PSD da Madeira é um mea-culpa pela privatização dos CTT feita pelo governo do seu partido. A segunda coisa é um segundo mea-culpa por, no passado dia 15 de dezembro, terem votado contra uma resolução apresentada pelo Bloco de Esquerda para o resgate do contrato de concessão – para que o Estado voltasse a assumir o controlo dos CTT, de que nunca deveria ter aberto mão.
Concordo que não é admissível que os idosos do Arco da Calheta e de tantas localidades do País fiquem impossibilitados de fazer o uso normal e permanente dos serviços do CTT, mas foi o PSD que determinou a destruição dos CTT com a sua privatização e novamente ao impedir que esse processo
fosse revertido, ao chumbar a resolução do Bloco de Esquerda.
A decisão da privatização não teve em conta as pessoas nem os trabalhadores dos CTT, obedeceu apenas a um desígnio ideológico do PSD de privatizar e de destruir os serviços públicos e favorecer os lucros privados.
As lamentações dos deputados do PSD são profundamente hipócritas e inconsequentes, não passam de lágrimas de crocodilo. É típico do PSD, toma decisões gravosas para a população e depois vem a público chorar pelas consequências negativas como se não tivesse nada a ver com o caso.
Se estão mesmo preocupados, ainda podem ser iniciativas consequentes: apresentem uma iniciativa na Assembleia da República para repor o controlo público dos correios, para que este obedeça à lógica do serviço público e não à do lucro; ou recomendem ao governo regional do PSD que assuma o controlo público dos correios na Madeira.
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