2018-01-09

Carta aos aderentes do BE-Madeira

Camaradas,

Tem de haver futuro para a gente na nossa terra, na Madeira. Temos o direito a viver na nossa ilha com trabalho com escola, com saúde, ou seja, a ter uma vida com dignidade. Mas depois de 40 anos de governos PSD, de tanta loucura de obras, tanta gente tem de emigrar para ter trabalho. O governo do PSD só pensa nos negócios do AFA, dos Sousas, do Pestana ou do Jaime Ramos - dos amigos.

Precisamos de um governo que pense no povo e não nos ricos, que acabe com as “mamas” dos portos, da Zona Franca, da via litoral e outras.

E precisamos dum Bloco de Esquerda que não durma à sombra da bananeira. Que diga o que tem de ser dito, doa a quem doer, como sempre fez o Paulo Martins, que vá aos sítios onde há problemas e fale com as pessoas, não fique fechado no gabinete.

Há 6 anos, em 2011, o Bloco ficou fora da Assembleia, coisa que nunca vista em 35 anos de autonomia. Foi ultrapassado por 4 novos partidos (PND, MPT, PAN e PTP) como se costuma dizer, entrou “torto e cambado” na Assembleia, só o Bloco não entrou.

Em 2015 o Bloco elegeu dois deputados, foi bom. Mas o PSD e o PS perderam muitos votos, foi o pior resultado de sempre para ambos. Quem soube aproveitar bem foi o JPP, mais uma vez o Bloco foi ultrapassado por um partido novo.

Mas nas eleições legislativas, há dois anos é que foi uma grande surpresa, o Bloco ficou em 3º lugar com 10,7%, teve 13.342 votos e elegeu um deputado para a Assembleia da República, coisa que ninguém esperava.  Uma mudança da cara do partido deu bom resultado - o melhor resultado de sempre. Se fossem eleições regionais dava 6 deputados.
Vão dizer que foi o efeito Catarina. Em 2015 o BE com a Catarina teve mais 3 deputados mas teve menos 7.213 votos que o Francisco Louça em 2009, no total nacional. Na Madeira o BE passou de 8.446 em 2009 para 13.342 em 2015, cresceu 60%.
Só houve efeito Catarina na Madeira? Isso não tem lógica, não faz sentido.
Foi o efeito novidade, os madeirenses gostam de novidade e cansam-se de ver sempre as mesmas caras e de ouvir sempre a mesma conversa.

Temos de apostar na novidade que tão bons resultados já deu ao partido, para dar mais força ao Bloco, para obrigar o governo a pensar no bem do povo.

Eu e um grupo de camaradas estamos a preparar uma lista à próxima convenção regional a 4 de março e queremos contar com o seu apoio.
Não é contra ninguém, é pelo bem do Bloco para que seja maior e mais forte, para mudar a sério a política e para mudar a vida de quem trabalha na Madeira.

2018-01-03

O fecho dos CTT no Arco da Calheta e a hipocrisia do PSD

Os deputados do PSD eleitos pela Madeira querem parecer preocupados com o fecho do balcão dos CTT no Arco da Calheta.

É preciso ter noção que só estamos a confrontar-nos com a eventualidade do fecho desta estação de correios porque o anterior governo do PSD privatizou os CTT e não salvaguardou o interesse público, nomeadamente a obrigação de o fecho de balcões carecer de autorização do Estado.

A primeira coisa que devem fazer os deputados do PSD da Madeira é um mea-culpa pela privatização dos CTT feita pelo governo do seu partido. A segunda coisa é um segundo mea-culpa por, no passado dia 15 de dezembro, terem votado contra uma resolução apresentada pelo Bloco de Esquerda para o resgate do contrato de concessão – para que o Estado voltasse a assumir o controlo dos CTT, de que nunca deveria ter aberto mão.

Concordo que não é admissível que os idosos do Arco da Calheta e de tantas localidades do País fiquem impossibilitados de fazer o uso normal e permanente dos serviços do CTT, mas foi o PSD que determinou a destruição dos CTT com a sua privatização e novamente ao impedir que esse processo
fosse revertido, ao chumbar a resolução do Bloco de Esquerda.

A decisão da privatização não teve em conta as pessoas nem os trabalhadores dos CTT, obedeceu apenas a um desígnio ideológico do PSD de privatizar e de destruir os serviços públicos e favorecer os lucros privados.

As lamentações dos deputados do PSD são profundamente hipócritas e inconsequentes, não passam de lágrimas de crocodilo. É típico do PSD, toma decisões gravosas para a população e depois vem a público chorar pelas consequências negativas como se não tivesse nada a ver com o caso.

Se estão mesmo preocupados, ainda podem ser iniciativas consequentes: apresentem uma iniciativa na Assembleia da República para repor o controlo público dos correios, para que este obedeça à lógica do serviço público e não à do lucro; ou recomendem ao governo regional do PSD que assuma o controlo público dos correios na Madeira.

2018-01-01

Ferry - mais areia para os olhos.



O ferry no ano inteiro era um mau negócio? Para quem produziu esta afirmação [grupo Sousa] seguramente.

O Armas manteve a ligação por 4 anos, solicitou uma segunda ligação semanal que foi recusada, investiu num um barco maior e mais rápido para esta linha. Isto quer dizer que era um mau negócio?

O governo regional só criou problemas: Inventou restrições ao transporte de carga, aumentou as taxas do porto, entre outras dificuldades. Tornou a operação num mau negócio, escorraçou o Armas.

Um ferry só para passageiros é um mau negócio!

Uma ligação apenas entre a Madeira e o continente é seguramente pior negócio que a extensão da ligação até às Canárias.

Os interesses que determinaram a expulsão do Armas da Madeira, continuam a valer mais que os interesses da população em geral, por isso não há ferry e os concursos que foram lançados não passam de uma farsa - parecer que se faz qualquer coisa, para continuar tudo na mesma!