O CINM – Centro Internacional de Negócios da Madeira foi criado com o objetivo de diversificar a economia regional. Pretendia estabelecer uma industria, captar investimentos, criar novas competências e fixar novas profissões, mas falhou. Passados trinta anos não há indústria e muito menos se alterou o perfil da economia regional, dependente do turismo.
É um falhanço da governação de quarenta anos do PSD, que foi e continua incapaz de apresentar uma estratégia de futuro. Foram criadas infraestruturas fundamentais, mas o enorme investimento nas obras públicas não foi enquadrado numa visão de transformação da atividade económica que lhe desse maior diversidade e viabilidade. Os elevados fundos europeus e a dívida foram desbaratados em inaugurações de obras que fizeram muita vista, mas pouca falta, muitas delas. E estamos de volta à pobreza, ao desemprego e à emigração, apesar do CINM, tecnopolo e das vias rápidas e do aeroporto.
Atiram-se ao ar números do emprego no CINM, mas onde estão os casos de sucesso? Quais são as empresas inovadoras, que atividades desenvolvem, que profissões empregam, que tecnologias transferem para a região, que competências são adquiridas para qualificar a nossa economia e garantir melhor futuro?
Quando nos visitam presidentes e governantes é à Ribeira Brava são conduzidos para verem a ACIN, não ao CINM, pois este não é digno de ser mostrado. Mais vale esconder com uma nuvem de fumo das declarações vagas e números contraditórios e fictícios.
Os números de exportações ou das empresas criadas são pura ilusão. Como podem as estatísticas indicar um excedente comercial, quando na realidade a Madeira importa mais de 90% do que consome?
Empresas de fachada são criadas às dezenas no mesmo dia, partilham a mesma sede, os mesmos sócios e gerentes. Partilham também os mesmos funcionários também eles virtuais. O modo de operação é o mesmo na Madeira ou no Panamá. As empresas especializadas nestes serviços internacionais, as “management” estão presentes em vários desses territórios.
O CINM esconde esquemas de dinheiro fácil, não cria riqueza, não tem qualquer ambição de desenvolvimento apenas vê circular muito milhões. É um Telexfree para ricos e poderosos. E tal como o ouro do Brasil, séculos atrás ou com os fundos da Europa, o dinheiro fácil um dia acaba e quando acaba volta o desemprego, a miséria e a emigração.
(publicado em dnoticias.pt em 26/04/2016)
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