Autonomia é a capacidade de resolvermos os nossos próprios problemas. Não é isso que vemos o governo regional do PSD fazer, pelo contrário, empurra os problemas para Lisboa.
Problemas criados pelo próprio PSD, a começar pela dívida da Madeira, a bancarrota e o empréstimo do Estado negociado entre governos PSD na República e na Região em condições gravosas
O subsídio de mobilidade, desenhado para favorecer as companhias aéreas, em particular a TAP que domina as rotas Madeira-continente e as agências de viagens cujas comissões são pagas pelo estado e sem limite, que prejudica os passageiros pelos preços altos e afasta a concorrência - se os preços no fim são iguais para o passageiro, que diferença faz viajar numa companhia ou noutra?
O novo hospital. Entre 2001 e o presente, a Madeira gastou verbas suficientes para dezenas de hospitais, não fez nenhum, foi a escolha do PSD. Foram milhões deitados ao mar, muitos mais enterrados em obras feitas à pressa, para serem inauguradas antes das eleições.
Os incêndios e os aluviões são naturais, mas a dimensão das consequências são resultado da má governação, das escolhas passadas relativas ao ordenamento do espaço urbano e florestal.
Apontar as responsabilidades ao PSD não nos trás um hospital, não faz baixar os juros, nem melhora a mobilidade aérea, é certo que não. Mas branquear responsabilidades também nada resolve. E é isso apenas o que pretendem o desGoverno Regional e o PSD: atirar as culpas para Lisboa e branquear o passado.
Se o PSD quisesse o hospital e não apenas alimentar a guerrilha com Lisboa, investia mais na saúde, contratava os enfermeiros e auxiliares que faltam; avançava com as expropriações em vez de anunciar museus, pistas de atletismo ou deitar dinheiro nas ribeiras destruindo pontes e muralhas históricas.
Se quisesse melhorar a mobilidade não escorraçava o Armas e aceitava o repto do ministro de gerir o subsídio no plano regional - autonomia é a capacidade de decidir mas implica assumir as consequências das escolhas.
Se estivesse preocupado em prevenir os desastres naturais, investia na reflorestação das serras, na criação de um corpo de sapadores florestais, na correção dos erros urbanísticos - construções na orla costeira e nos leitos de cheias das ribeiras.
O desrespeito pela Natureza paga-se caro, mas esta não tem culpa, a culpa é da incúria dos governantes. Branquear o passado é premiar a irresponsabilidade e garantir a continuação da má governação, persistir no erro é uma escolha.
(publicado em dnoticias.pt em 23/03/2018)
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