O estado da Região, depois de 40 anos de Autonomia e de governos PSD é de acentuada parasitose. Tudo o que mexe é controlado por uma seita de parasitas que não permite que nasça algo de novo fora do seu controlo apertado.
Um contentor de Leixões para a Madeira pode custar três vezes mais que para a China! No ferry uma carga de Portimão para o Funchal pode custar sete vezes mais que ao contrário – temos o mar inclinado. Também de avião pode custar mais vir à Madeira de Lisboa que ir à China. Mas se neste caso o Governo Regional vê prejuízos para a Região, no anterior está-se bem, é o dono da Madeira a faturar e há que respeitar o dono.
As concessões na gestão da Zona Franca, nas vias rápidas, nas inspeções automóveis, nos portos servem para alimentar interesses parasitas e carear a vida ao povo. A saúde e a educação são privatizadas aos bocadinhos: a lavandaria do hospital, as cantinas escolares, os apoios aos colégios, os exames de diagnóstico.
Na área social proliferam associações e IPSS para dar emprego a ex-governantes, consomem recursos públicos quanto ao combate à pobreza fica-se pelas intenções.
Não chegamos a esta situação por acaso, Jardim assumiu que quis criar uma burguesia mais esclarecida, uma nova classe de ricos que o ajudassem a manter o poder, não foi ingénuo nem distraído, foi o mentor, a cabeça do polvo. Através de empreitadas e concessões fez crescer os novos ricos na dependência do poder laranja, mas estes cresceram tanto que já não dependem de quem os criou e sentem-se livres para escolher quem melhor os pode alimentar no futuro.
O PSD acusa a “dor de corno”, ao ver os grupos que alimentou apostarem agora noutro “cavalo”. Poderia servir de lição, mas o deslumbramento pelo poder de quem por ele anseia há dezenas de anos faz-se acompanhar de cegueira. Para quem se apresenta como a alternativa, o interesse dos poderosos conta mais que o bem geral, é assim quando conta o poder pelo poder e não o bem comum.
Os ricos querem tudo, o povo apenas quer sobreviver. Na Madeira o povo para poder sobreviver na sua terra, para escapar à sina da emigração tem de livrar-se desta praga de parasitas e o Bloco de Esquerda é o melhor cura para a maleita, para defender o interesse público sem transigir e combater os parasitas.
(publicado em dnoticias.pt em 22/08/2018)